Transplante de medula óssea: um gesto de amor
O método é rápido e sem dor. Com apenas uma pequena amostra de sangue, você pode salvar uma vida.

Jocielma, de apenas três anos, foi transplantada e deve receber alta ainda este mês
O alerta é conseqüência da grande procura por doadores de medula óssea, o que é muito difícil, explica Rosali Cortez. “É uma ação tão simples, rápida e sem dor; o problema é que a população não tem acesso às informações sobre como o procedimento é realizado. Falta esclarecimento e campanha para estimular a população a doar”.
A campanha para estimular a doação de medula óssea tem o nome de Valclécia Batista Santos, que faleceu aos nove anos de idade, em novembro de 2010.
Rosali Cortez lembra que, horas antes de morrer, ela pediu para que os enfermeiros e componentes do GACC salvassem os amigos dela.
Segundo dados do Grupo de Apoio a Crianças com Câncer (GACC), em 2010, foram realizados dois transplantes, porém, ainda esperavam por um doador compatível cerca de dez pacientes, só no GACC.
Em 2010, três crianças já haviam encontrado doadores compatíveis, e uma criança, Jocielma, de apenas três anos, foi transplantada e deve receber alta ainda neste mês.
Gabriela Duarte


Rosali Cortez explica a necessidade de a população saber como o transplante de medula óssea é realizado.

De acordo com Rosali Cortez, a expectativa é que em 2008 surjam 600 mil novos casos de leucemia em todo o país.
Para esclarecer e estimular o transplante de medula óssea, o Nominuto.com listou algumas das dúvidas mais freqüentes da população.
O doador em potencial deve procurar o Hemonorte para fazer esse “gesto de amor”, doando esperança a crianças que sofrem com o câncer.
Conheça um pouco sobre a medula óssea
A medula óssea é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por 'tutano'. Nela são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.
Pelas hemácias, o oxigênio é transportado dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico é levado destas para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo, inclusive nos defende das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.
Transplante
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças malignas que afetam as células do sangue. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula.
O transplante pode ser autogênico, quando a medula ou as células precursoras de medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor). Ele é dito alogênico, quando a medula ou as células provêm de um outro indivíduo (doador).
O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.
O transplante é necessário em doenças do sangue como a Anemia Aplástica Grave e em alguns tipos de leucemias, como a Leucemia Mielóide Aguda, Leucemia Mielóide Crônica, Leucemia Linfóide Aguda.
O transplante para o doador
Antes da doação, o doador faz um exame clínico para confirmar o seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. A doação é feita por meio de uma pequena cirurgia, de aproximadamente 90 minutos, em que são realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula.
Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 10%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.
O transplante para o paciente
Depois de se submeter a um tratamento que destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras, que, uma vez na corrente sangüínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem.
Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, deve ser mantido internado no hospital, em regime de isolamento.
Cuidados com a dieta, limpeza e esforços físicos são necessários. Por um período de duas a três semanas, necessitará ser mantido internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre são quase uma regra no paciente transplantado. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial, sendo necessário, por vezes, o comparecimento diário ao hospital.
Riscos para o paciente
A boa evolução durante o transplante depende de vários fatores: o estágio da doença (diagnóstico precoce), o estado geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas, além, é claro, do doador ideal. Os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento.
Com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova 'memória' e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com medicamentos adequados. É importante lembrar que no transplante de medula, a rejeição é rara.
Riscos para o doador
Os riscos são poucos e relacionados a um procedimento cirúrgico que necessita de anestesia geral, sendo retirada do doador a quantidade de medula óssea necessária, menos de 10%. Esta pequena cirurgia tem duração de aproximadamente 90 minutos e consiste de quatro a oito punções na região pélvica posterior para aspiração da medula.
Dentro de poucas semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada. Uma avaliação pré-operatória detalhada avalia as condições clínicas e cardiovasculares do doador visando a orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento operatório.
O que é compatibilidade?
Para que se realize um transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade tecidual entre doador e receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada. Esta compatibilidade tecidual é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossoma 6. Por isso, devem ser iguais entre doador e receptor.
Esta análise é realizada em testes laboratoriais específicos, a partir de amostras de sangue do doador e receptor, chamados de exames de histocompatibilidade. O laboratório do Centro de Transplante de Medula Óssea funciona no Hospital dos Servidores do Estado. Com base nas leis de genética, as chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 35%.
Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME)
Quando não há um doador aparentado, ou seja, um irmão ou outro parente próximo, geralmente um dos pais, a solução para o transplante de medula é procurar um doador compatível entre os grupos étnicos (brancos, negros amarelos etc.) semelhantes, mas não parentes.
Para reunir as informações como nome, endereço, resultados de exames, características genéticas de pessoas que se dispõem a doar medula para o transplante, foi criado o Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), instalado no Instituto Nacional de Câncer (INCA). Desta forma, com as informações do receptor, que não disponha de doador aparentado, busca-se no Redome um doador cadastrado que seja compatível com ele e, se encontrado, articula-se a doação.
Existem critérios para selecionar os pacientes que passam pelo transplante?
O critério é a entrada no sistema do Registro Brasileiro de Receptores de Medula Óssea (REREME) através do qual será efetuada a conexão com os dados existentes no Redome e a localização do doador. Se o paciente tem a indicação do transplante e for inscrito no Rereme, ele fará o procedimento (transplante) logo que for localizado o doador. O transplante só não será realizado uma vez que o estado geral do receptor piore.
O que a população pode fazer para ajudar os pacientes?

Todo mundo pode ajudar. Para isso é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa, em Natal o Hemonorte, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (10 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador).
Os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação.
O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas.
É importante que o doador de medula óssea deve manter seu cadastro atualizado sempre que possível. Caso haja alguma mudança, a pessoa deve entrar em contato com o Redome.
“Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte. A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo SEJA VC TAMBÉM UM DOADOR SALVE UMA VIDA NÃO CUSTA NADA SÓ UMA GOTINHA DE SANGUE SE TORNE UM DOADOR!
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