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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Deficientes devem ser tratados como iguais

Oportunidades de trabalho, escola, melhoria dos acessos e no transporte foram algumas das necessidades apontadas pelos deficientes durante o Seminário de Políticas Públicas de Uberaba


 

Na maioria das vezes, as pessoas com deficiência são tratadas diferentemente das outras, sofrem com os preconceitos e são privadas de suas liberdades. Isto porque a sociedade os encara como seres diferentes dos outros. Tudo isso, sem contar às dificuldades enfrentadas para ter uma vida mais digna. Foi com o objetivo de canalizar as discussões sobre a estrutura pública municipal, que a Secretaria do Trabalho, Assistência Social, da Criança e do Adolescente (Setas) promoveu um momento de reflexão sobre o processo de inclusão social das pessoas deficientes, no último dia 30 de agosto, em Uberaba.
O Seminário de Políticas Públicas ocorreu durante todo o dia, nas instalações do Hospital Veterinário, com a presença dos deficientes e de convidados.

Deficientes conquistando o espaço
Elizabete Dias de Sá, membro do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Belo Horizonte. Ela, que é deficiente visual, falou sobre o trabalho desenvolvido pelo conselho em benefício dos deficientes da capital do Estado.
Elisabete salientou que seu conselho obteve várias conquistas em propor leis para defender e até mesmo valorizar essas pessoas. Ela explicou que o órgão tem papéis fiscalizador e deliberativo, acompanhando as ações governamentais, com a capacidade de avaliar e apontar soluções para os assuntos relacionados com as pessoas deficientes. O conselho é formado por 40 conselheiros, sendo organizado em segmentos, o que facilita o atendimento às pessoas que possuem os diversos tipos de deficiência.
O vereador Noé Maia, deficiente físico desde os 11 anos de idade, vítima de uma artrite reumatóide - espécie de reumatismo - disse que a pessoa deficiente enfrenta vários problemas em Uberaba. Ele ressaltou que a Setas realizou e vem realizando muitas benfeitorias em favor do deficiente físico, como a criação da Coordenadoria Municipal de Apoio e Assistência à Pessoa com Deficiência (Caade) e o rebaixamento de guias nas ruas da cidade. Apontou, ainda, que os deficientes sofrem com a falta de capacitação profissional decorrente da própria falta de cultura.
Gilmar Ribeiro Lima, deficiente físico há mais de 5 anos em consequência de um acidente automobilístico, afirmou que enfrenta várias dificuldades no dia-a-dia, como o uso de meios de transportes. Os ônibus do transporte coletivo de Uberaba não possuem adaptação e muito menos elevadores. Só o veículo da Assossiação dos Deficientes Físicos de Uberaba (Adefu) possui esse recurso. Gilmar diz que foi feito um requerimento para a empresa responsável pelo transporte urbano e sua direção está estudando um meio para facilitar o acesso dos deficientes ao serviço.

Desafio: barreiras arquitetônicas
Outro problema enfrentado por eles na cidade são as barreiras arquitetônicas, que tornam mais difícil o ir e vir dos deficientes. Gilmar comentou que só as rampas não facilitam o acesso deles aos locais que necessitam. Para ele, o preconceito e a discriminação são tabús a serem quebrados, em grande parte dificultados pela falta de trabalho, para uma vida mais digna. "Os preconceitos são tantos que muitos deficientes não saem de casa", revelou.
Marília Moraes Palis, presidente da Associação Mineira de Equoterapia, declarou que o seminário foi importante, para se ter conhecimento da política municipal no contexto de recursos financeiros, habitacionais e também dos direitos assegurados para as pessoas com deficiência. Dentre as propostas estão o combate ao preconceito, a concessão do passe livre para o acompanhante das pessoas deficientes, a construção de mais rampas e a inclusão dos deficientes nas escolas e no trabalho.
A coordenadora do Caade, Fernanda Roquete Andrade, afirmou que a Setas vem realizando vários projetos em favor dos deficientes, como a implantação do transporte especial, o atendimento de casos especiais, além de atividades esportivas como basquete e natação. Também, dá apoio às instituições que prestam serviços a eles. Ela ressaltou que a Secretaria tem a responsabilidade de coordenar e sistematizar a política pública de atenção ao deficiente.

 

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