Caríssimos leitores, caríssimas leitoras, o assunto desta semana é delicado e complexo, se é que vocês me entendem. O velho e bom felatio in ore não é nada mais nada menos que o bom e velho coito oral praticado por alguém em um homem feliz. Todo cuidado é pouco. Toda vergonha se pode passar em caso de erros, por menores que sejam.
Mas, para a felicidade de vocês, o Dr. Evair Palmeira não os deixará de queixo caído diante das dificuldades. Eu os oferecerei uma série de dicas após as quais vocês ficarão é de boca aberta. E alerta. Tenho certeza de que vocês me entenderam. Sigam-nas, as minhas dicas, e os resultados líquidos serão os esperados. Abandonem-nas, e seus tão queridos sonhos murcharão. Eles e outras coisas. Mas chega de conversa mole. Passemos à conversa dura e duradoura. Eis as dicas:
1. Nunca use os dentes, para nada e em nenhuma hipótese. Esta regra não possui exceção. Não tem a menor graça e só atrapalha. Dentes são gelados e duros. A glande é sensível e precisa de calor e maciez. O tempo todo.
2. Babe o quanto puder, sem medo. Quanto mais a coisa ficar untada, melhor. Não tenha vergonha de babar. O máximo que podem pensar de vocês é que vocês estão até engasgando de tanta vontade. Isso é bom.
3. Concentre-se na glande. Aquela história de engolir o membro todo é bonita nos filmes e funciona esteticamente, mas você não deve confundir isso com o ato todo. Faça uma graça, mas lembre-se que o verdadeiro trabalho dá-se com lábios e língua, não com a garganta, e se dá sobretudo na cabeça.
4. Use a língua, mas não esqueça o resto da boca. A língua precisa ser áspera e firme e a glande deve ser esfregada suavemente nela, assim como ela deve esfregar-se suavemente contra a glande. Isso é uma coisa. Outra coisa é o fato de que você tem bochechas e lábios. Bochechas podem dar um descanso à sua língua. E os lábios servirão para empurrar o prepúcio para a base da glande para, depois, liberá-lo de volta ao topo. Isso se você não estiver numa dieta kosher. Se estiver, vai ter que fazer mais força.
5. Não se esqueça de que sua boca é, no coito oral, o simulacro de uma vagina e que, em última análise, está sendo penetrada. Isso mesmo. O sujeito que lhe oferece o membro quer obter o mesmo tipo de prazer que obtém na penetração, com acréscimos sensoriais e extra-sensoriais, é verdade, mas o objetivo final é o mesmo. Portanto, os movimentos serão parecidos com aqueles do coito vaginal em diversos momentos: o sujeito vai comportar-se como se estivesse mantendo uma relação pelas vias clássicas, e isso é normal. Tudo bem, você não está bombeando petróleo, mas não tente impedir o ir e vir ou a aceleração do mesmo. Não vai dar certo. Se é que vocês me entendem.
6. Cuspa, engula ou receba o fluxo na face, jamais abandone o seu amigo ao léu. Isso mesmo. Se você acha nojento engolir, cuspa, mas só após ter certeza de que todo o sêmen já foi despejado. Isso para evitar a terrível aflição a que seu parceiro é submetido se você o faz passar do calor aconchegante e úmido ao frio ventoso do meio ambiente justamente naquela hora tão bonita. Se você não suporta sequer o gosto, compense com mais safadeza ainda: agarre o membro viril no qual está trabalhando de modo a proporcionar-lhe ao menos o calor da palma da mão, e permita que se veja todo o produto ejaculatório espargir-se em seu rosto. Só uma humilhação dessas pode contrabalançar a interrupção injustificada do ato.
7. Lamber as bolas é permitido, mas cuidado. Não vá trocá-las de lado ou dar-se a malabarismos desnecessários. Essa operação deve ser executada com leveza e sagacidade. Isso também vale para as lambidas longas ao longo do membro, que interseccionam os ataques à glande. No meu caso, enolme.
Espero que vocês aproveitem as dicas, porque elas são muito aproveitáveis. Quaisquer dúvidas, cartas à editoria. Se vocês fizerem tudo direitinho, vão estourar a boca do balão.
Se é que vocês me entendem.
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